quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Hoje abri aquele sol que se escondia atrás de uma pedra.
Nunca conheci nenhum deles - sois.
Por ai é o que há mais; pedras que estremecem a qualquer sopro.
Vento é algo que toca a todos, consegue percorrer tudo o que vive sem nunca se subestimar:

Em bola de sabão:

Dia 10 de Julho de madrugada 2005
Pensar outrora sem saber,
O guerreiro conhecimento,
Palavras escritas do avesso,
Fazem sentido sem realidade
Calmamente tórrido de água queimada,
Aclarando num azul meus olhos,
Dor transparente que trespassa na minha mente,
Ruídos caprichosos cheios de imensa graça arrepiada,
Sem saber como meu ser é sendo ser que sou,
Seres vem e me rodeiam asfixiando,
Cada passo de cada pensamento clandestino,
Toda eu fico assim perdida no meu único destino.

Tudo e nada me é implacável,
Tudo interfere nesta passagem,
Sólida de quebras constantes,
Uma imensa cortina me cobre com espelhos quebrados,
Ora belos ora feios ora indiferentes,
É uma amiga, a cortina,
Engana, mente e dá conforto.
Ela me enfatiza,
Sendo minha amante companheira,
Cobre-me de protecção.
Concluindo que nada me é amiga nesta invejosa solidão.

Recurso de retaguarda.
Choro mar ardente,
Combustão de choro docemente áspero.
Minha alma vê por entre rochas um espinho,
Que perfura o meu pé surpreendido.
Alma do ser mar,
Ouve com cuidado suas algas mesquinhas,
As ondas vocalizam-se por entre a massa de gente,
Que estas, por sua vez dão voz a uma nova questão.
Despedaçada eu fico,
No meio de tanto simples reboliço turbilhão.

Sentado no café ali no largo da cidade, sozinho diz:
Estás e não estás
Sentes mas não transmites
Enganaste e sentes fingido
Fazes mas não executas
És mas tentas ser
Falas mas não completas

Sei mas não acredito
Vejo mas não percebo
Pergunto mas não respondo
Escrevo e contenho
Destrói e mantenho outra vez
Choro depois sorriu
Amo sem o sentir
Toquei sem perguntar
Afoguei-me no que não conheço.

Amanhã hei-de acordar novamente
Saber que nada interessa aos outros
Grande parte passa despercebida
Pois terei então de pedir desculpa
Amanhã vou ter que acordar.

1 comentário:

Gaspar Teixeira de Queiroz disse...

Desta vida temos certeza
Viver em constante ilusao
Amanhecer so de tristeza
Morrer, junto da solidão.

Vem uma garça pousar
No parapeito do desespero.
Este so meu, teima tornar
A ti teu por afinidade.

Tem graça esta garça
Que no seu voo traça
O destino: Alegria farça
Que por mim sempre passa.

Que hei-de eu fazer?
Matar voador viver
Traçando-o, com canhão
De chumbo e açafrão?

Não! Há-de ser
Pedra, pena, mão
Caneta de poeta
Para mesmo em vão
Na eterna morte poder
Para todo o sempre viver.

beijo